Tribo Amazonas Mulheres Guerreiras
Um Reino Sem Homens?

Um povo de mulheres guerreiras devotado inteiramente à arte da guerra, as Amazonas, apelidadas pelo poeta Ésquilo de "Mulheres guerreiras, inimigas dos homens", governam-se sozinhas e não admitem homem algum.
Guerreiras amazônicas na mitologia grega

Segundo a mitologia grega, as amazonas descendem de Ares (Marte), deus da guerra, e de sua própria filha, a ninfa Harmonia. Eles vivem apenas entre mulheres, se destacam nas artes guerreiras e fazem de suas filhas caçadoras e lutadoras. Para tanto, queimam o peito direito para facilitar o exercício do arco. É dessa tradição que as amazonas recebem esse nome, pois significa em grego "aquelas que não têm peito". Eles se unem aos homens apenas durante períodos muito curtos e com uma finalidade estritamente reprodutiva. Eles mantêm com eles apenas crianças do sexo feminino. Segundo Heródoto, “uma menina não se casa até que mate um inimigo. Algumas envelhecem e morrem sem se casar porque não podem cumprir esta missão”.
As amazonas, inimigas dos heróis gregos!
As primeiras façanhas de armas conhecidas das Amazonas remontam à Grécia pré-histórica. Nós os vemos lutando com o maior herói da mitologia grega, Hércules, uma de suas doze tarefas é agarrar o cinto de Hipólito, sua rainha. Pouco depois, Teseu, outro herói valente, vencedor do Minotauro, foi até as Amazonas e levou embora sua soberana, Antíope, que achou muito bela. As amazonas então deixam seu reino e, em retaliação, invadem a Ática. Mas eles são repelidos pelo exército de Teseu. Da memorável união de Teseu e Antíope nasce uma criança, Hipólito, a quem seu pai adora. Racine o tornará famoso, tornando-o o herói infeliz de sua peça Phèdre.
Na Ilíada, que narra os últimos anos da guerra entre troianos e gregos, as amazonas são citadas três vezes, mas Homero dá apenas alguns detalhes vagos sobre elas, que não permitem apreendê-las com precisão. O mito parece já estar em declínio neste momento.
As Amazonas eram reais?
Muitos autores, em épocas diferentes, escreveram sobre as amazonas ou mulheres guerreiras amazônicas, mas é difícil apontar com precisão seu país ou dizer que realmente existiram, como contam as lendas. De acordo com a tradição helênica, seu reino, cuja capital é Themiscyra, fica na Ásia Menor (Anatólia), perto do rio Thermodon, mas os gregos que colonizaram esta região cedo o suficiente não encontraram nenhum vestígio. Segundo Heródoto, as amazonas deixaram este território para emigrar para a Cítia, perto do atual Mar de Azov. Pode ser, entretanto, que durante a Alta Antiguidade, como as sociedades matriarcais atestadas na época, existiam tribos guerreiras governando sozinhas ou vivendo separadas dos homens e podem ter contribuído para o nascimento do mito das Amazonas, que foi mais tarde embelezado por poetas imaginativos.
O mundo das amazonas
Bem depois do fim da Antiguidade e com o advento das explorações, o mito das amazonas conhece há alguns séculos uma nova vitalidade. Na terra das Valquírias. No século IX, o rei da Inglaterra Alfredo, o Grande, fala de um reino, o Magdaland, habitado apenas por mulheres e localizado no norte da Europa.
Mulheres amazônicas no oriente
Na Malásia, os nativos dizem que a Ilha Enggano, perto de Sumatra, é o lar de mulheres guerreiras. Marco Polo, por sua vez, descreve duas ilhas, localizadas perto do reino de Khesmakoran, na Índia, uma das quais é habitada exclusivamente por mulheres e a outra por homens. Uma vez por ano, os homens visitam as mulheres e depois voltam para casa. As mulheres, quando dão à luz, mantêm com elas as crianças do sexo feminino e devolvem os meninos aos pais quando completam doze anos.
Mulheres guerreiras na América do Sul
Colombo diz que conheceu mulheres guerreiras nas Índias Ocidentais durante suas viagens. Um companheiro do conquistador Francisco de Orellana descreve a luta que ele e seus companheiros travaram em 1541, na Amazônia, contra grandes mulheres brancas de longos cabelos trançados, armadas com arcos e flechas. É Orellana, aliás, quem batiza o rio Amazonas da palavra indígena "amassonas", que significa "destruidor de barcos".
