Mapa De Piri Reis De 1513
Um Documento Atemporal

Por volta de 1510, o almirante turco Piri Reis capturou um grande número de prisioneiros durante uma batalha naval. Um desses prisioneiros se orgulha de ter navegado com Cristóvão Colombo em sua jornada ao Novo Mundo e afirma que sabia perfeitamente para onde estava indo, porque tinha cartas náuticas extremamente antigas. Felizmente, ele próprio guardou uma cópia que deu ao almirante turco. Essa é a história - aparentemente caprichosa - feita pelo famoso almirante, que possuía uma das cartas náuticas mais enigmáticas da história: o mapa de Piri Reis. Este mapa será encontrado em 1931, após anos de esquecimento.
Um testemunho desconcertante
O mapa de Piri Reis, como agora é chamado, é um documento excepcional na medida em que parece mostrar as linhas costeiras da África Ocidental e do norte e do sul do continente americano numa época em que essas terras eram desconhecidas. O mapa de Piri Reis também localizaria as Ilhas Malvinas com grande precisão, sabendo que só foram descobertas em 1592. É puro acaso?
Em 1953, o Departamento da Marinha dos Estados Unidos olhou para este famoso mapa de Piri Reis: o mistério parecia engrossar. As regiões desenhadas têm proporções estranhas e na parte inferior das costas do mapa, que não correspondem a nenhuma terra conhecida, são relatadas. As conclusões da marinha americana são no mínimo desconcertantes: o mapa de Piri Reis teria sido desenhado graças a um método de projeção muito sofisticado (processo utilizado para representar o planeta em uma superfície plana) que supõe conhecimentos tecnológicos avançados e principalmente observação do céu. Outro aspecto surpreendente: os valores de latitude e longitude parecem ter sido relatados com fidelidade, embora ainda não tenham sido usados na época.
Mas tem mais. Os lados desenhados na parte inferior do mapa de Piri Reis parecem corresponder à Terra da Rainha Maud, na Antártica, exceto que são representados sem a crosta de gelo de 1,5 km de espessura que já cobria o Pólo Sul em 1513. O relatório termina com a seguinte frase: “Não sabemos como os dados apresentados neste mapa podem ser conciliados com o estado do conhecimento geográfico em 1513.”
Suposições divergentes
De acordo com uma hipótese recente confirmada por estudos no local, a última era em que a Antártica não foi coberta de gelo terminou há 6.000 anos. Conseqüentemente, a questão não é apenas saber por que mistério um mapa de 1513 traça os contornos de um continente descoberto apenas em 1818, mas também e principalmente saber como essas terras poderiam ter sido representadas em uma fase e em um estado que terminou em 6.000. anos atrás.
Mas esta é apenas uma das hipóteses apresentadas. Na maioria dos casos, os especialistas concordam que o mapa de Piri Reis contém um grande número de erros e que a identificação da Antártica com as costas traçadas ao sul não é tão óbvia quanto a Marinha dos Estados Unidos gostaria. O mistério, portanto, permanece intacto.
Rios de discórdia
O mapa de Piri Reis contém erros que contribuem para a polêmica sobre ele. Por exemplo, se o curso do rio Amazonas, imponente por sua extensão, é traçado duas vezes no mapa, o rio Orinoco não aparece ali. Alguns acreditam que o erro se deva ao fato de o almirante ter copiado o curso do rio Amazonas de dois mapas diferentes. Nas águas de um desses rios está desenhada a Ilha do Marajó, ausente no outro. A partir de então, Piri Reis se inspiraria em um mapa de 13 mil anos atrás, quando o ilhéu ainda era anexado ao continente e o rio Orinoco ainda não existia? O que só alimenta a controvérsia sobre os méritos do mapa ...
